terça-feira, 10 de setembro de 2013

Ivanilde Gallo: Oficinas de arte natural com materiais que a natureza descarta

 

 
Ivanilde Gallo
Quadro feito com sementes e galhos secos
 

Ivanilde Gallo é uma artista ecologicamente correta enquanto faz sua arte. Ele se vale de materiais que a natureza descarta para compor suas exuberantes criações.

Ivanilde Gallo
Tucano de pinha


Já fizemos um post com o perfil completo de Gallo e agora temos o prazer de apresentar seu trabalho de oficinas de arte natural, onde ela pode espalhar a mensagem ambiental e de como podemos cada vez mais ser ecologicamente responsáveis em nossas vidas.


Oficina com pássaros e sementes
Sesc / Teresópolis


Mas sua mensagem vai mais adiante. Ivanilde leva
para os mais diversos públicos - desde crianças à melhor idade - a ideia da arte como algo que pode estar presente em nosso dia-a-dia e, também, de poder ver a natureza como sábia provedora de vida e materiais.

Sua parceria com o Sesc, que proporciona oficinas naturais a diversas escolas da região de Teresópolis (RJ), começou quando a artista gravou todo o seu trabalho num DVD e levou até a recepção. Ivanilde foi imediatamente dirigida para a secretária e na mesma hora já foram agendadas três oficinas na Semana de Museus. Elas foram realizadas no Museu Histórico José Francisco Lippi, conforme mostram a imagem abaixo.



Oficina de pássaros feita com
pinha na semana de museus
Museu José Francisco Lippi
Teresópolis - RJ


Ivanilde nos disse que está trabalhando em parceria com o Sesc na área de reciclagem com a Eco-Escola e Meio Ambiente.

A seguir, vemos mais imagens da parceria entre a artista e o Sesc-Rio.


Cascas de sementes
Oficina de arte natural em escolas,
parceria com o Sesc Rio
http://www.sescrio.org.br/unidades/sesc-teresopolis



 


 



 


O trabalho de Ivanilde também tem a função de despertar (ou aguçar) o senso estético nas crianças. Segundo suas próprias palavras, ela conta que não teve essa oportunidade quando criança:

"Primeiro porque no lugar em que fui criada, ninguém falava de arte. Mas parece que eu já tinha a arte no meu DNA, pois quando a professora passava uma matéria para mim, eu desenhava o que lia por mais estranho que pudesse me parecer naquela época".


Além da escolas, suas oficinas já chegaram nos famosos e acolhedores hotéis da região. Por exemplo, as imagens abaixo são de uma oficina no Hotel Rosa dos Ventos, em Teresópolis.



Oficina de arte natural com cascas de
sementes, sementes e madeira reciclada




Folha de bambu usada como tela


 
Folhas de bambu elaboradas pela artista
para os alunos pintarem
 
 
 
Acrílica sobre folha de bambu
 

Com toda a sua dedicação à arte, Ivanilde conta que seu maior trabalho é reunir materiais para oficinas e que aproveita as férias escolares para armazenar matéria-prima, ou seja, o que é descartado pela natureza.

Agradecemos a confiança da artista em nos ceder material e testemunhal de como nosso post anterior lhe trouxe novas conquistas. Ivanilde Gallo nos disse conseguiu portas abertas nas páginas internacionais de arte naif, convite para exposições na Itália e em São Paulo, convites para fazer oficinas de arte natural em empresas, convite para o Museu do Futuro (Eco Museu - Som - Imagem - Conhecimento).



Texto e postagem: Álvaro Nassaralla
alvaronassaralla@gmail.com



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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Rosangela Borges

Bezerros (PE), 12-02-1976



Os sóis e a luas, em Rosangela Borges, nunca são para pouco. Fortes, vivos, são como devem sempre ser os maiores fenômenos da natureza: simplesmente espetaculares!


A pintora pernambucana nasceu e vive na cidade de Bezerros, Pernambuco, localizada em região de clima semiárido, com vegetação de caatinga e mata atlântica. Muitas das telas de Rosangela retratam o sertão e a dura sobrevivência do sertanejo. A tela intitulada "No sertão é assim", por si só, já nos diz tudo.

"No sertão é assim"




"Os retirantes", 2012

A artista faz questão de dizer que trabalha como tema exclusivo o nordeste. Ela registra outras festas populares regionais, mas não fica restrita a sua localidade. Fala de Maceió, Olinda, entre outras cidades nordestinas.




Na tela "Carro de bois" (imagem abaixo), o meio de transporte de tração animal recebe um tratamento ingênuo e rústico e, ao fundo, vemos aves como luzes brancas refletidas pelo inclemente sol sertanejo.




Rosangela também registra em seus trabalhos o folclore nordestino como, por exemplo, na tela "Boi-Bumbá". Segundo a Wikipédia, esse festejo tem sua tradição ligada às raízes africanas, indígenas e europeias, e está atrelado às comemorações juninas. No centro da tela, a igreja indica a integração entre as tradições populares e a crença religiosa.


"Boi Bumbá"

Biografia da artista


Rosangela nos conta que adora pintar e faz com prazer. Sobre seu início na arte naif, ela declara: "Comecei a pintar aos 25 anos por incentivo do meu esposo Manasses Borges que é filho de J. Borges (José Francisco Borges) renomado xilogravurista e cordelista pernambucano". 


Iniciou pintando brincadeiras de crianças e outras temas populares. A artista nos revelou que começou a pintar devido uma depressão muito grande: "A pintura, para mim, foi uma terapia e a melhor forma que achei pra sair disso. Foi, então, que coloquei alguns trabalhos em exposição no Centro de Artesanato em Bezerros (PE).


"Ciranda", 2010

Como para todo mal, sempre existe um bem compensatório, Rosangela cumpriu sua travessia interior e já alcançou sucesso logo 'de cara': "Através desta exposição, recebi encomendas de vários lugares. Daí por diante, não parei mais, fui convidada para ilustrar quatro desenhos de livros didáticos pelas EDITORA FTD e EDITORA DIMENSÂO.

"Feira nordestina", 2011

Rosangela Borges já pintou para pra colecionadores do exterior, tem trabalhos catalogados no Museu de Diadema (São Paulo) e também no Museu da Bahia. Seus trabalhos são divulgados por diversas galerias do Brasil e exterior.



"Lampião e Maria Bonita"




Texto e postagem: Álvaro Nassaralla
alvaronassaralla@gmail.com


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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

José Augusto Silveira: quando o naif e a pop arte se fundem


Viver e sonhar estão coadunados: são inseparáveis. Assim o é, pelo menos, para os artistas.
 
Seguindo essa linha de pensamento, José Augusto Silveira, dentista e presidente do Partido Verde (Cidade do RJ), sonha e registra sua imaginação em novas gravuras.
 

"A onça e o gato, o Naif e o Pop"

Em "A onça e o gato, o Naif e o Pop" (imagem acima), Silveira reimagina o naif. Como tendência muito presente na arte contemporânea, o naif é como que penetrado pela pop art, fundindo-se estilos.


"Fantasia erótica"

Já em "Fantasia erótica", José Augusto pensa a mulher como doadora de vida e alimento, com um lobo flutuando em sua direção, onde o leite gerado pelos seios da mesma mulher transmuta-se em peixes.

Fechando a composição, quase como um cabeçalho, vemos uma primordial nuvem prata que semi-encobre o sol amarelo-gema.

Enfim, posso dizer que os estilos estão aí para serem insubmissos, serem apenas recursos de que o artista possa 'lançar mão' e abusar de sua linguagem na tentativa de se expressar no mundo.

Para fechar, deixo um Ferreira Gullar para quem quiser refletir:

"Rompida a linguagem, tudo é expressão e tudo é arte, isto é, nada é expressão e nada é arte".



Texto e post: Álvaro Nassaralla
 
Conheça o perfil completo do artista José Augusto Silveira.