quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Rosângela Politano retratou o governador de São Paulo Geraldo Alckmin


Rosangela Politano vive em Socorro (SP), onde construiu seu ateliê totalmente com materiais reciclados e de demolição.

 Em sua última obra, retratou para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o início da brilhante carreira política em Pindamonhangaba, cidade natal do governador.


Homenagem a Geraldo Alckmin

 
Abaixo, a obra "Festa do Divino", em São Luiz do Paraitinga, que recebeu a menção na bienal naifs do brasil 2012. Na obra, Rosângela retrata a ela própria e o marido, fantasiados de rei e rainha, além de outros integrantes da congada.










Rosângela e seu marido, também artista plástico,
Wagner Luiz da Cruz


Conheça o perfil completo de Rosangêla Politano clicando aqui.

 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Exposição 'Naifs brasileiros de Hoje'





 

Seis artistas Naifs participarão da exposição 'Naifs Brasileiros de Hoje' no Centro Cultural do Tribunal Regional do Trabalho, no Centro do Rio de Janeiro.

Os artistas são Berenic, Ana Camelo, Hermelinda, Helena Coelho, Dalvan e Helena Rodrigues. A exposição vai de 7 de março a 01 de abril de 2013.

Mais de 50 obras dos seis artistas serão expostas, "uma verdadeira festa para nossos olhos", como disse a artista Berenic.


Serviço:

Centro cultural do Tribunal Regional do Trabalho
 
Av. Pres. Antônio Carlos, 251, Térreo - Centro - Rio de Janeiro
 
07 de março a 01 de abril/2013
Seg. a sexta das 10 às 17h.

Conheça mais dos artistas nos links abaixo:

Berenic

Ana Camelo

Ermelinda

Helena Coelho

Dalvan

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Gerardo da Silva

[Gerardo Domingos da Silva]
Ceará, 1972



"A concentração do galo"
Fonte: http://meadd.com/gerardodasilva/profile



Gerardo da Silva nasceu no Acre mas logo sua mãe, Chica, também pintora, transferiu-se para Fortaleza (CE). Assim, criou-se a oportunidade da criança crescer na companhia de seu avô, Chico da Silva (1912-1985), considerado como um dos maiores pintores naifs do Brasil.


Com a influência e grande incentivo do avô, Gerardo passou a pintar animais imaginários aos nove anos de idade. Daí em diante, prosseguiu no aperfeiçoamento de sua arte até que foi premiado com o primeiro lugar na Bienal Naïf do Brasil em 2004 (Piracicaba).



"O dragão marinho"
Fonte: http://meadd.com/gerardodasilva/profile


Segundo a curadoria do
Espaço Cultural Caso do Lago (UNICAMP):

"(...) Alguns desses seres são lembranças da infância dos animais criados pela família: pavões, faisões, cobras, gatos e tatus. Naquela época despertavam sentimentos de pavor, mas hoje, repousam reconciliados em seus trabalhos".


"A casa da Maria Célia"
Fonte: http://meadd.com/gerardodasilva/profile

Incentivado pelos cantores Belchior e Fagner, mudou-se para Campinas em busca de maior projeção para o seu trabalho, como seu avô já havia. No entanto, segundo
Maria Alice da Cruz, no site da Unicamp, o pintor encontrou-se em dificuldades:

"(...) ao mesmo tempo que conseguiu a projeção almejada e merecida, constatou que no Ceará era mais fácil sobreviver de arte. Procurou um emprego de produtor de cadeiras de plástico, no qual trabalha das 6 às 14h15, o que o permite dedicar-se à pintura o restante do dia. (...) Já participou de diversos outros salões entre eles o de Portugal, país onde morou por um ano".


Foto: Divulgação

Gerardo ainda disse à Maria Alice Cruz: "O primitivismo foi quase imposto pelo meu avô, mas descobri minha própria identidade com a Naif e comecei a privilegiar elementos de minha infância".

O pintor, escreveu Márcia H. C. Ramos para o Instituto de Pesquisas Evoltuivas - IPE, "tem admiradores inusitados, como o artista americano Silvestre Stalone e o cantor brasileiro Falcão, além de Belchior, Fagner e o pintor Aldemir Martins. Suas obras podem ser admiradas no Centro de Convivência em Campinas, nas feiras realizadas aos finais de semana".

Nesse meio tempo, em 2007, expôs suas obras na França em homenagem aos 100 anos do avô, Chico da Silva. Depois levou a exposição comemorativa pelo Brasil.

Texto: Álvaro Nassaralla



Foto: Divulgação


Fontes:

Espaço Cultural Caso do Lago (UNICAMP)

Gerardo da Silva traduz o Ceará na França, no Brasil e na Unicamp - Maria Alice Cruz - Unicamp

Márcia H. C. Ramos para o Instituto de Pesquisas Evoltuivas - IPE
 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Raimundo de Oliveira


[Raimundo Falcão de Oliveira]
Feira de Santana - BA - 1930
Salvador - BA - 1966
Gravador, pintor, desenhista




Com um forte acento nordestino, sua arte evoluiu para a criação estilizada do personagem retratando o nativo local de pequena estatura, com o formato de cabeça arredondado e sobrancelhas grossas, levando esses figuras a várias situações históricas da antiguidade, principalmente passagens bíblicas.


Carlos Perktold (*1), crítico de arte (Associações Brasileira e Internacional de Críticos de Arte (ABCA e AICA), observou sobre sua morte:


"Transcorridos mais de trinta anos após sua morte, a carta com a qual ele se despediu deste mundo em 18 de janeiro de 1966 continua tão emocionante quanto a sua pintura".



"Jonas e a Baleia", 1962
Óleo sobre tela, assinado e datado lr
72,39 x 100,33 cm

O crítico de arte Anatole Jakovsky (*2) também descreveu o acontecimento:

"Você poderia pensar que esse artista era rico e feliz; ele se tornou famoso, e até uma celebridade aos 23 anos de idade. Sua primeira individual foi em 1951 na prefeitura de sua cidade natal (Feira de Santana - BA).

Raimundo deixou uma mensagem na tampa de uma caixa de sapatos, explicando sua atitude motivada pelas suas dificuldades financeiras (seus marchands tomavam 80 porcento de suas vendas) e pela solidão."





"Eljiah e Eliseu", 1962
Óleo sobre Painel
72,4 x 100,3 cm
Fonte:
Artnet


De mãe católica praticante, Raimundo foi levado ao conhecimento das passagens bíblicas e ao desenho e à pintura, já que ela era pintora de temática religiosa.


"Fuga para o Egito", 1955
Técnica: nanquim
45 x 62 cm

Fonte: Acervo de Arte


Novamente Carlos Perktold contribui com essa bela e síntetica descrição da breve e intensa carreira do pintor brasileiro:


Mas o que o artista herdou da mãe não foi somente a bondade transformada em humanismo na sua pintura. Dona Santa era católica devota e transferiu sua crença para o filho, que fez das histórias do Velho Testamento a temática principal da obra que o consagrou pelo Brasil afora.


Tal como Ismael Nery, deixou poucos trabalhos em comparação de outros contemporâneos que viveram mais e, por isso, produziram mais. Mas tudo que fez, foi santificado pela forma, pela paleta colorida, pelo ritmo, pelo equilíbrio e pela preocupação com a simetria da composição. A simetria é essencialmente barroca e cada quadro seu pode ser colocado como se fosse um altar noqual o espectador reverencia a paixão pelo conteúdo sacro, a paleta colorida, o amor pela composição, vendo e ao mesmo tempo rezando o que ele escreveu com tela, pincéis, cores e paixão: belas estórias de amor.


"Auto-retrato"
Fonte:
http://oliveiradimas.blogspot.com.br/2013/01/e-memoria-de-raimundo-de-oliveira.html


Faz sua primeira exposição no ginásio em que estudava, incentivado pela professora de desenho. Ao concluir os estudos, em 1947, transfere-se para Salvador, estudando pintura com Maria Célia Amado, na Escola de Belas Artes da Universidade da Bahia.

Mas sua primeira individual profissional é realizada na Prefeitura de Feira de Santana, em 1951.

Vive em São Paulo de 1958 a 1964, quando aprofunda "sua experiência expressionista, com o aproveitamento transfigurador de imagens de velhos santos", segundo Roberto Pontual (*3). Depois mora no Rio de Janeiro entre 1965 e 1966.

Em 1966, ano de sua morte, é editada a "Pequena Bíblia de Raimundo de Oliveira. Xilogravuras", contemplando nove xilogravuras em cores do artista. É editada pela Galeria Bonino e Petite Galerie, organizada por Julio Pacello, com prefácio de Jorge Amado. Prefácio esse que publicamos mais abaixo.



"A via crucis de Raimundo de Oliveira", 1982
Editora: Fundação Cultural de Estado da Bahia

Textos: Antonio Celestino; Carlos Eduardo Rocha; Edivaldo Boaventura; EduardoPortella;
James Amadi; Jayme Mauricio; Jorge Amado; Juracu Doreta; Wilson

Texto: Álvaro Nassaralla
 
Referências bibliográficas:

(*1) Carlos Perktold
Fonte: http://www.portalartes.com.br/colunistas/3-carlos-perktold/10-raimundo-de-oliveira.html
Fonte origianl: Caderno Pensar do jornal “Estado de Minas” e revista da AML.

(*2) Anatole Jakovsky
Peintres naïfs - Lexicon of the world´s primitive painters
Basilius Presse Basel
1967

(*3) Roberto Pontual
 Dicionário das Artes Plásticas no Brasil



"Via crucis"
Dicionário de Artistas do Brasil



Críticas 

"E então todos se deram conta que o burel não era um burel, era uma velha capa contra a chuva, e o cajado não era cajado, eram pincéis de pintura. E havia uma tela e o cujo sujeito pintava. Alguns quiseram apedrejá-lo, considerando-o um vigarista vindo de fora, mas outros reconheceram o peregrino e a ele se dirigiram, tratando-o familiarmente de Mundinho. Pois era Raimundo de Oliveira, filho da terra, desde menino um vago, sem jeito para o trabalho, a não ser para riscar papel, se isso é trabalho que se considere. Tinha ido embora fazia tempo, dele não havia notícia. Apareceu agora de repente e em torno de sua grande cabeça pairava uma atmosfera mágica, como se o cercasse a luz da madrugada. (...)


Esse pintor, esse grande pintor da Bíblia e da Bahia, esse que passou a limpo a violência do Velho Testamento e o tornou de maciez de veludo, esse que encheu de flores a áspera tragédia antiga, esse moço de voz tímida e segura certeza, esse Raimundo de Oliveira é um profeta com alma de Francisco de Assis. Só a Bahia o podia produzir, nos caminhos da cidade onde nasce o sertão; só a Bahia o podia alimentar e o oferecer às galerias do sul, à glória e à fama, pois sua Bíblia tem uma respiração de candomblé (não fosse ele filho de mãe Senhora de Ôpo Afonjá e não houvesse aprendido a cozinhar com Olga do Aleketu). Mestre pintor, não sei de outro que tenha crescido tanto em sua arte, mantendo-se tão fiel aos sonhos de sua meninice, às esperanças de sua Mãe e ao seu tesouro escondido. (...)
 

Raimundo de Oliveira (...) não ficou na Bahia. Era um profeta e tinha de levar sua profecia mundo adentro. Tinha de correr os caminhos e demorar em terras distantes. Anda por aqui e por ali, mas é na Bahia que ele vem se alimentar de terra, de animais, de Deus e de amor, é na Bahia que ele vem, humilde e vitorioso, reapreender o mistério do homem e sua necessidade de paz e de fartura".

Jorge Amado - 1966
 
AMADO, Jorge. [Palavras]. In: OLIVEIRA, Raimundo de. Pequena Bíblia de Raimundo de Oliveira. Xilogravuras. Prefácio Jorge Amado; organização Julio A. Pacello. São Paulo: Lia Cesar, 1966.

Fonte: Mercado Livre 


Histórico 
Fonte: Saber Cultural

1947 – Mudou-se para Salvador, frequentando a Escola de Belas Artes da Universidade da Bahia, onde conheceu artistas de expressão nacional, como Jenner Augusto e Mário Cravo Júnior.

1951 – Participou das edições dos Cadernos da Bahia.

1958-59 – Pintou a Via Crucis, constituída por vinte peças, que alguns críticos consideraram seu trabalho mais importante.

1958-64 – Estabeleceu-se em São Paulo, SP, passando curta temporada na Bahia ao longo desse período.

1965-66 – Residiu no Rio de Janeiro,RJ

1966 – No ano em que se suicidou, foi lançada a coletânea de xilogravuras Pequena Bíblia de Raimundo de Oliveira, coordenada por Julio Pacello e prefaciada por Jorge Amado.

1982 – Em Salvador foi criada a Galeria Raimundo de Oliveira e editado o álbum Via Crucis.
 
Realizou diversas mostras individuais, entre as quais as mencionadas a seguir:
 
1951 – Galeria Oxumaré, Salvador.

1953 – Prefeitura Municipal, Feira de Santana, BA.

1956 – Belvedere da Sé, Salvador.

1957 – Plástica Galeria de Arte, Buenos Aires, Argentina.

1958 –Galeria Oxumaré, Salvador.

1959 – Galeria Ambiente, São Paulo.

1960 - Teatro Novos Comediantes, São Paulo; Teatro Oficina, São Paulo.

1961 - Galeria Aremar, Campinas, SP.

1961, 62 e 64 – Galeria Astreia, São Paulo.

1963, 65 – Galeria Bonino, Rio de Janeiro.

1964 - Galeria Bonino, Buenos Aires.

1966 – Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro.
 
Entre suas exposições coletivas, podem ser citadas as seguintes:
 
1951 – 1º Salão Universitário Baiano de Belas Artes, Salvador.

1957 – Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro.

1960 – Salão Paulista de Arte Moderna.

1961 – Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

1963 e 65 – Bienal de São Paulo, São Paulo.

1964 – Salão Paulista de Arte Moderna, São Paulo.

1965 – Salon Comparaisons, Musée d'Art Moderne, Paris, França; Galerie Jacques Massol, Paris.

1966 – Museo de Arte Moderno, Buenos Aires; Lausanne, Suíça; Instituto de Cultura Hispânica, Madri; Amel Gallery, Nova York; Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York.

Após sua morte, foi lembrado, entre outras, nas seguintes mostras, coletivas e individuais:

1966 – 4ª Resumo de Arte do JB, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro; 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas, Salvador; 5º Salão Paulista de Arte Moderna, Galeria Prestes Maia, São Paulo.

1969 – Via Crucis, Gabinete de Arte de Botafogo, Rio de Janeiro.

1979 – Raimundo de Oliveira: pinturas, Galeria de Arte Ipanema, São Paulo.

1986 – Biblioteca Mário de Andrade, São Paulo.

1992 – Décima Primeira Arte, Fundação Romulo Maiorana, Belém, PA.

1997 e 98 – Exposição do Acervo da Caixa, Conjunto Cultural da Caixa, Porto Alegre RS São Paulo, Curitiba, PR, e Rio de Janeiro.

1998 – Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, Galeria de Arte do Sesi, São Paulo.

2002 – Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo.


Fontes:
 
ARTE no Brasil. Textos de Pietro Maria Bardi et al. Abril Cultural. São Paulo, 1979.
CAVALCANTI e AYALA. Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos. MEC/INL, 1973-77.
GRAVURA: arte brasileira do século XX. Apres. Ricardo Ribenboim, textos de Leon Kossovitch et al. Itaú Cultural/Cosac & Naif, São Paulo, 2000.
LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário Crítico da Pintura no Brasil. p. 365, Artlivre, Rio de Janeiro, 1988.
PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Civilização Brasileira. Rio de Janeiro, 1969.
VIA crucis de Raimundo de Oliveira. Apres. Antonio Carlos Magalhães. Textos de Eduardo Portella et al. Fundação Cultural do Estado da Bahia, Salvador, 1982.
ZANINI, Walter. História Geral da Arte no Brasil. Instituto Moreira Salles, Fundação Djalma Guimarães, São Paulo, 1983.
< http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=3094&cd_item=34&cd_idioma=28555 >
< http://www.artefeirense.blogspot.com/2009/05/raimundo-oliveira.html>
 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

São Cristóvão, Mangueira e Benfica ganham mapa e catálogo em arte naïf


A FAPERJ lançou em 2004-05 catálogos ilustrados de várias localidades do Rio. É a série "Rio de Janeiro em Mapas". 


A segunda edição foi o mapa e catálogo em arte naif cobrindo a região de São Cristóvão, Mangueira e Benfica.

O artista convidado a ilustrar os principais pontos turísticos dessas localidades foi J. Araujo.




Artista: J.Araujo
Mapa da região de São Cristóvão, Mangueira e Benfica
Rio de Janeiro em Mapas (FAPERJ)  


Capela de Santa Genoveva


Centro Cultural Cartola (Mangueira)
  


Igreja de São Cristóvão 



Palácio do Samba da Mangueira


Estádio do Vasco da Gama


Morro da Mangueira


Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Morais
(Conjunto Habitacional do Pedregulho)
projetado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy.
Benfica, bairro vizinho a São Cristóvão - RJ


Breve histórico do pintor

Assim como a grande maioria dos artistas naifs, J. Araujo é autodidata. 

Segundo o crítico de arte Oscar D´Ambrosio, o pintor foi "influenciado por artistas como Guignard e a primitivista Djanira, com quem chegou a trabalhar na confecção dos azulejos que decoram o túnel Santa Bárbara", que liga os bairros cariocas de Laranjeiras e Catumbi. 

O próprio artista diz que, aos 16 anos (em 1956), fez sua primeira exposição na galeria Montmarte em Copacabana (RJ), convidado por Jorge Beltrão que era o dono. "Beltrão encontrou-me pela rua, com os quadros na mão, oferecendo para as pessoas nos bares e me convidou para visitá-lo. Então, tudo começou", diz o artista.


Fonte das imagens: FAPERJ

Conheça mais do artista J. Araujo clicando aqui.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Roberto Medeiros



"Mimosa Flor"
Acrílica sobre Tela



Nasceu em Macau - RN

Artista plástico, restaurador de antigüidades e funcionário público (trabalha na Fundação Cultural Capitania das Artes FUNCARTE, atuando como sub-coordenador do setor de artes visuais)



Roberto Medeiros, radicado em Natal - RN, fez o caminho inverso que é quase praxe na arte naif, tendo estudado artes plásticas durante três anos em Curitiba.

Trilhou vários estilos até se encontrar no estilo ingênuo. Para ele, que chegou natualmente ao naif, esse tipo de arte melhor atende suas necessidades criativas no que toca a representatividade do folclore e das manifestações populares.




"Bambelô"
Crayon sobre Papel Canson



Sobre isso, o artista declarou a Augusto Rattis, do jornal Potiguar, Correio da Tarde: “Acho que me encontrei na arte naïf. Tem a ver com a minha realidade, resgatar nossas crenças, costumes, a ingenuidade do povo, a arte da terra (...) “Eu gosto muito da cultura popular, do regionalismo, de retratar figuras, imagens, festas. A arte naïf cai bem nisso”, afirma o artista”.



"Caboclinhos"
Crayon sobre papel Canson


Rattis ainda diz que o pintor "(...) trabalhava anteriormente com o impressionismo e passou 12 anos trabalhando com os mais diversos estilos. Atualmente, com a arte naïf, o artista plástico conquistou colecionadores de suas obras e pessoas que acompanham seu trabalho (...) O artista considera a arte ingênua como uma ferramenta para se aproximar dos valores regionais".


"Côco de Roda"
Crayon sobre papel canson



Como um apaixonado pela cultura nordestina, Medeiros pesquisa bastante o folclore regional para criar suas obras e declarou ao Jornal de Hoje sobre seu processo de produção:


"Tudo começa na etapa da pesquisa, onde me dedico a conhecer muito bem o que escolhi para retratar nas minhas telas. O meu intuito é que com isso, eu possa informar de maneira correta e precisa as danças populares de minha terra. Congada, pastoril, lapinha, boi de reis, fandango, zambê, araruna, caboclinho, delas sei tudo, desde o seu figurino até as canções e as formas como os seus brincantes brincam. A partir daí, a minha produção é simples, faço um estudo num papel do que eu vou pintar e depois passo a ideia para a tela".


Maculelê ou Maneiro pau
Crayon sobre papel Canson



O Teatro de Mamulengo
Acrílica sobre tela



O Correio da Tarde relata que seus quadros " já foram expostos em galerias do Paraná, Sergipe, São Paulo, Rio de Janeiro, santa Catarina e Pernambuco; no exterior, a arte de Roberto Medeiros foi vista em Portugal, Canadá, Polônia, Suécia, Alemanha, França e Itália. Também tem obras no acervo de espaços culturais como o Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão (da fundação Capitania das Artes); na Galeria Pública de Limponken, Suécia; e no Consteletion Institution de Défense au Jeune Adolescent, Suíça".


ATV Globo adquiriu obras que já decoraram as paredes de cenários de novelas e outros programas da emissora.


"Côco Zambê"
Crayon sobre Papel Canson



Texto: Álvaro Nassaralla


Fontes:

Correio da TardeConquistando espaço com a arte Naïf
Augusto Rattis - 02/06/2006

Jornal de Hoje“Junto e Misturado”
Dani Pacheco - 22/12/2012


PotiguarteA sublime arte de Roberto Medeiros
José Carlos Silva - 05/10/11


Blog do artista: galeriarobertomedeiros.blogspot.com.br/



"O cordão Incarnado e o Azul do Pastoril"
Crayon sobre papel Canson

Somos hipermodernos e isso quer dizer também somos sertanejos, caipiras, pantaneiros, cariocas!


Por Álvaro Nassaralla


A hipermodernidade também é a volta do artesanal

 
Conversando frequentemente com artistas naifs, vejo que a inspiração para que eles criem vem de suas experiências cotidianas, do que vivenciam, de suas emoções. E, principalmente, pintam, esculpem, tecem, xilografam, etc, baseados nas localidades em que vivem ou em que viveram quando criança.

Por isso, sou obrigado a concordar apenas em parte com o filósofo francês, Gilles Lipovetsky, entrevistado pelo programa Milênio do canal GloboNews, em dezembro de 2012. Como a introdução da reportagem mesmo diz, estamos atravessando um universo de oposições e sobreposições, o que representa a substitução da era pós-moderna pela atual hiper-moderna.

Segundo o filósofo, hoje 'há uma inflação de conhecimento, uma inflação de informação’. Ele fala do extraordinário desenvolvimento das mídias e da informação:

 
“Antigamente a cultura era um mundo pequenininho. O mundo dos artesão , o mundo dos artistas, (…), dos artistas da vanguarda. Hoje são gigantes transnacionais. Nos EUA, o faturamento das artes visuais é maior do que o da Boing, do que o da indústria química, do que o da agricultura. É o principal produto de exportação dos Estados Unidos (…) Falamos dos gigantes mundiais da cultura. Não se trata mais de uma cultura específica diferente, de Londres, de Buenos Aires e de Pequim.”


 
Mas é exatamente nesse ponto que descordo do grande pensador francês Lipovetsky. Pela nossa experiência com as pessoas que contactamos e, também, as que entram em contato conosco, há um genuíno interesse em visões regionalistas e pessoais, principalmente representando e/ou reinterpretando culturas locais.

A hipermodernidade também é a volta do artesanal, da arte figurativa, do pessoal, do talento em uma era de mídia de massa em que tudo era parteurizado justamente para as massas. Isso ainda hoje existe, como bem tratou Gilles acima, falando das grandes transnacionais que empurram um tipo de cultura ‘esterilizada’ para o mundo; mas também existe o oposto que é o toque pessoal, o local, o talento.

Fonte: Gilles Lipovetsky fala sobre conceito de hipermodernidade (Vídeo – Entrevista ao programa Milênio da Globonews)

Os tempos hipermodernos – Gilles Lipovetsky


Conheça mais de 200 artistas naïfs
contemporâneos no botão abaixo:


  

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Naif para alertar sobre o que já não nos toca como deveria


Texto por Álvaro Nassaralla


José Augusto Silveira é um artista naif em constante busca da verdade. É bem verdade que ele sabe que nunca vai encontrá-la! Mas assim é o ato criativo: propor novas perspectivas, alertar para o que já não nos toca como deveria, romper com o que está estabelecido.
 
Dessa forma, sua recente produção aponta para o lado da tragédia nuclear acontecida com o Japão durante a segunda grande guerra mundial.

Abaixo vemos a obra intitulada "A demência nuclear humana", que representa o cogumelo atômico que vitimou cerca de 200 mil pessoas.



José Augusto Silveira / 2013
"A demência nuclear humana"


Técnica mista sobre papel



O artista nos diz: "Após a hecatombe nuclear no Japão (1945), nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, só nos resta levar a vida, ou melhor, levar a morte como brincadeira para tentarmos superar aquilo que não deve ser esquecido".
 
Por isso, na sequência, criou a obra abaixo intitulada "Brincando com a morte". Nela, Silveira pretende mostrar como o homem brinca de deus, mas trabalhando com cores alegres para suavizar a mensagem que quer passar.


José Augusto Silveira / 2013
"Brincando com a morte"

Técnica mista sobre papel


Para fechar o tema, encontrei um poema infantil de Walter Nieble de Freitas desmistificando o esqueleto humano, explicando suas principais funções e formação.


O esqueleto

Por causa de um esqueleto
Corri a não poder mais:
Assustado entrei em casa
E contei tudo a meus pais

“O esqueleto, seu bobinho,
Nunca foi assombração:
É ele um conjunto de ossos
Dispostos em armação.

Sua função principal
É manter o corpo ereto;
Tem cabeça, tronco e membros
Todo esqueleto completo.

Preste, pois, muita atenção,
Guarde bem, jamais se esqueça:
Somente de crânio e face
Se constitui a cabeça.

O tronco tem só três partes,
Vou dizer-lhe quais são elas:
A coluna vertebral,
O esterno e as costelas.

Os membros são conhecidos:
Os de cima superiores;
E os que servem para andar,
São chamados inferiores”.


Até agora não compreendo
Como é que fui tolo assim:
Correr de um pobre esqueleto
Tendo outro esqueleto em mim!



Em Barquinhos de papel: poesias infantis, São Paulo, Editora Difusora Cultural:1961.

Autor do poema: Walter Nieble de Freitas ( Itapetininga, SP) Poeta e educador, foi diretor do Grupo Escolar da cidade de São Paulo.