quinta-feira, 31 de maio de 2012

Fé Córdula


Francisco de Assis Córdula - Sertão do Seridó - Rio Grande do Norte - 1933-2016
Residiu em Goiânia desde 1974

As cores do seridó em fé córdula

por Redação
Iaperi Araújo
Fé Córdula 
- Foto: Substântivo Plural

Francisco de Assis Córdula, o Chico do padre Ambrósio, nasceu no sertão do Seridó em 1933 e foi criado no Acari onde conviveu com a cultura popular, as artes e os ofícios do povo que se esmerava na criatividade de suas coisas, inclusive objetos do dia-a-dia. Panelas, alguidares e objetos de uso doméstico de barro, selas para montarias, brinquedos populares, roupas de vaqueiro, lamparinas para alumiar a escuridão da noite e até objetos de adorno.  Tudo tinha um tanto de criativo à medida que sendo artesanato se diferenciava pela recriação, sempre adicionando-se algo a mais para se tornar mais belo.


Acari foi ficando pequeno e Chico acabou migrando, como seus conterrâneos, para o centro-sul do Brasil.   Não foi prá São Paulo, engrossar as levas de retirantes pras lavouras de café, nem pro triangulo mineiro sofrer na colheita amarga do arroz, mas prá nova fronteira do Brasil, no centro-sul, o el-dourado de  Goiás, bafejado pela proximidade da presença do poder político nacional em Brasilia.

Em Goiás, a partir de 1974, deixou fluir a intensa criatividade que guardava como herança de sua convivência com o povo do Seridó.  As festas de Nossa Senhora da Guia, as procissões, os pastoris e a alegria do povo na amnésia de suas dores.

Nascia Fé Córdula, o pintor que interpretava o sentimento do povo com sua intensa criatividade na forma, na cor, na temática e principalmente na qualidade de suas composições que diferentemente das formas labrojeiras do artista popular, eram cuidadosamente compostas e visualmente ricas.

A convivência com a cultura goiana trouxe para o seu universo, novas formas que nada mais eram que variações da cultur do seu povo.  Não muito diferentes os bailes pastoris.  A procissão do fogaréu poderia ser até um pouco semelhante às procissões das missões de frei Damião (1898-1997) varando as noites numa intensa cantoria, alumiado pelas velas votivas protegidas com papel de seda colorido.              

As cavalhadas, de Pirenópolis saíram das nossas lutas de mouros e cristãos, da armorial disputa de argolinhas e lá como cá, a réplica dos embates entre os cordões azul e encarnado dos pastoris.

Fé Córdula se apropriou dessa cultura do povo goiano e com a inteligência do menino seridoense, foi realizando um trabalho de recriação das tradições, respeitando-as no seu estilo primitivo, mas vestindo-as com sua criatividade. Pintou as artes e ofícios do povo goiano.  As festas de santos, as cerimônias rústicas dos rituais dionisíacos  de sagração à fecundidade da terra.  Em Goiás, como sonhavam os migrantes do Nordeste,  a terra era boa e macia.  Terra de pouco trato, dadivosa e regateira.  Bastava plantar e com pouco mais, colhiam-se os frutos do próprio trabalho. 

Diferente das terras daqui, secas e estorricadas como seus próprios habitantes.  Esses ritos passaram para a obra de Fé Cordula, sempre rica na cor e nas fantasias, na interpretação dos anseios populares, na recriação dos sonhos e na visão muito lúdica de suas alucinações.  Faziam contraponto com toda sua experiência de vida nos sertões do Seridó que vez por outro teima em aparecer na sua obra pictórica.

Se são goianos a maioria dos motivos dos seus trabalhos, são permanentes e intensas a cores do Seridó na obra de Fé Córdula.  As pessoas podem sair do seu lugar de nascimento e vida, mas esse lugar nunca sai de dentro das pessoas.  Fé Córdula é afirmação disso, pois guarda em seus trabalhos a essência do sertão nordestino, uma atávica presença da tradição de raiz nas ações de sua vida e na sua produção intelectual.


ADENDO EM 30/agosto/2016

"Faleceu na noite de ontem [11/agosto/2016] o artista Fé Córdula. Nascido em 1933 no Rio Grande do Norte, o artista residia em Goiás desde 1974.

É reconhecido nacionalmente como um dos maiores representantes da arte naif, expressando em seus trabalhos a cultura e a religiosidade popular. O MAC | Goiás, que possui obras de Fé Córdula em seu acervo, deixa sua homenagem ao artista".

Fonte: MAC Goiás


Mais informações:

quarta-feira, 30 de maio de 2012

André Cunha


Nascido em Recife – PE aos 25 de Novembro de 1972, André Cunha é filho de pai carioca e mãe Pernambucana, é o quarto de sete filhos de família humilde.


Quando criança trabalhava com os irmãos mais velhos para ajudar no sustento da família. Sempre estudou em escolas públicas, gostava de livros com muitas figuras, adorava aulas de educação artística, desde cedo gostava de fazer desenhos coloridos e pinturas com tinta guache.


Noite de Lampião e Maria Bonita
Na adolescência, participou e liderou grupos culturais em Recife, mostrando por meio da dança as culturas regionais, chegando a conquistar admiração de todos que conheciam seu trabalho. Sempre fazendo desenhos voltados a cultura do Nordeste. Seu grupo conquistou diversas premiações em concursos no Estado de Pernambuco, tendo como principal característica a criatividade sobre o seu comando.

Em 2001, aos 28 anos, mudou-se para São Paulo. Longe da família, amigos e da sua cultura começou a observar os artistas pintando no Centro de São Paulo, seu sonho de pintar voltou. Para amenizar a solidão que sentia de suas raízes começou a se dedicar na leitura sobre tópicos nordestinos em especial sobre a história do cangaço. Em 2008 realiza seu sonho e pinta seu primeiro quadro: “O CANGACEIRO VOADOR”, ficou ainda mais fascinado pela pintura e a partir daí não parou de pintar.


Aboio dos Vaqueiros


A La ursa quer Dinheiro no carnaval do Nordeste
Auto didata, André desenvolveu a base técnica de seu trabalho por meio de pesquisas e consultas a livros e referencias visuais. As pessoas que viam seus quadros diziam que seu estilo era NAÏF (palavra, até então, desconhecida). Em  de 2009, frequentou 4 meses de aulas de pintura para entender um pouco deste estilo. Em seus trabalhos procura sempre retratar a visão da vida, da sociedade e principalmente da sua cultura nordestina.


Massacre em Angicos – O Fim do Cangaço

Em Dezembro de 2009, participa pela primeira vez de um concurso, promovido pelo Circolo Italiano de São Paulo (2º concurso de pintura em que o tema era “Praças Italianas”).  Sua obra, a única NAÏF entre as 35 finalistas, conquistou o 3º lugar geral do concurso na visão de um corpo de 9 jurados especialistas. Foi também a obra mais votada pelo público na exposição que ocorreu durante 30 dias no Edifício Itália entre os meses de janeiro e fevereiro de 2010. Atualmente participa de eventos no Brasil e em alguns outros países.


Volantes x Cangaceiros


Participação nos seguintes eventos:

2012:

Baião no Céu - Saudades do Rei Gonzagão
- Selecionado p/  exposições SECOPA 2012 - PERNAMBUCO;

- Selecionado p/ grade de exposições de 2012 do Bibliotecas Públicas de MG;

- Selecionado p/ grade de exposições de 2012 do Museu de Artes de Goiânia (Agosto);

­- Selecionado p/ grade de exposições de 2012 do Câmara Deputados de Brasilia (Novembro);


- Maio/Julho (CE)  Banco do Nordeste do Brasil – Cariri – CE

- Maio (SP)  VI Bienal do Esquisito em Atibaia - SP

- Fevereiro/ Abril (PB)  Banco do Nordeste do Brasil – Sousa - PB

- Janeiro 2012 (SP) – São Paulo 458 anos Trilhando nossa Cultura (expositor e coordenador geral da exposição)

  O Cangaceiro Voador

2011:


- Novembro 2011 (SP) “Medalha de Prata” IV Salão de artes de S. José do Rio Preto;

- Novembro 2011 (SP) 24º Salão de artes de Pinheiros ;

- Outubro a Dezembro 2011(CE) - XVI UNIFOR Plástica - Fortaleza;

- Outubro 2011(SP) - VII Salão de artes de Suzano;

- Outubro 2011 (SP) - II Salão de artes de Embu-Guaçú;

- Julho/Agosto 2011 (RJ) - Festival Internacional das Artes Visuais de Paraty;

- Junho/Julho 2011 (SP) – 1ª Exposição Individual – Passagem Literária da Consolação;


 Espelho da Diversidade – Força da Crença, Igualdade da Fé



2010:


Cavalo Marinho II
-  Novembro 2010 – (RJ) – “Medalha de Ouro” na Exposição do Forte de Copacabana;

-  Outubro/Novembro 2010 (SP) – Salão da Primavera no Edifício Villa Lobos Cultural;

-  Novembro 2010 a Janeiro 2011  Exposição Virtual “Artistas em Foco 2010”;

-  Outubro 2010 (RJ) – “Medalha de Ouro” no 8º Salão de Artes ADESG no Rio de Janeiro;

-  Agosto/Setembro 2010 (RJ) -  “Medalha de Ouro” no III Salão de Artes Plásticas do TRT;

-  Janeiro/Fevereiro 2010 (SP) – Participa pela 1ª vez do concurso, promovido pelo Circolo Italiano de São Paulo e o Comites, sobre “Praças Italianas”, era a única obra NAIF entre as 35 finalistas, conquistou o 3º lugar geral do concurso na visão de um corpo de jurados especialistas. Sua obra foi a mais votada pelo público.

Maurício de Nassau e a Lenda do Boi Voador

EXTERIOR:

- 2012 - Maio – (Portugal) I Salão de Internacional de Ates de Estoril ;

- 2011 - Outubro – (Belgica) Europália - III Bienal de Artes Brasileira em Bruxelas;

- 2010 - Setembro/Outubro  (França)   III Salão de Artes Brasil e Chile;

- 2010 - Junho/Julho (Portugal) – Concurso de Pinturas “Portugal 2010”;

 A 1ª Missa (Baseada na Obra de Victor Meirelles)


 Oferenda aos Orixás

Retirantes do Mestre Vitalino


Fonte: Material cedido pelo artista André Cunha

"Recife tem encantos mil" na arte naïf de André Cunha



“A pintura é minha maior paixão, cada obra é como se fosse um filho que trato com muito amor, respeito e carinho” 

terça-feira, 29 de maio de 2012

Ana Carolina Pais de Souza


Ana Carolina Pais de Souza (São Paulo, SP, 1983) declarou em depoimento para a Bienal de 2010 [Bienal de Arte Naif realizadas pelo SESC Piracicaba, SP, de 1992 a 2010], ao ser perguntada o que desejava contar com o seu trabalho, que tenta mostrar a sua visão sobre as cidades.


Em 2006, foi selecionada com Sinagoga Beth-El e Nossa Senhora da Consolação (acrílica sobre tela, 60×80 cm, 2006), que exibe uma harmonia de convivência de religiões na metrópole, no caso entre a judaica e a católica apostólica romana.


Em Tarde de chuva (acrílica sobre tela, 90×69 cm, 2010) aponta o caos urbano paulistano com as chuvas intensas, principalmente no ano em que a pintura foi feita. Surgem assim duas visões: respectivamente a de ordem e de desordem da cidade.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Alexandre Filho

Manuel Alexandre Filho

Bananeiras - PB, 1932. Vive e trabalha em João Pessoa.


Nascido em Bananeiras, brejo da Paraíba, morou muitos anos no Rio de Janeiro, onde começou a pintar, sendo autodidata. No anos 80 voltou para a Paraíba, residindo atualmente em João Pessoa.

Realizou sua primeira exposição em 1966, no XV Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e de lá para cá foram cerca de 90 exposições entre individuais e coletivas em 15 países diferentes, como a Bélgica, Nigéria, Portugal, França, Alemanha e Espanha.

Seus trabalhos estão expostos em diversos museus do Brasil e do exterior, a exemplo do Museu da cidade do Rio de Janeiro, Museu Internacional de Arte Naif do Brasil (RJ), Museu Dart Naif de Lile de France (Paris),no Museu do Sol, Penapolis (SP), Museu da Pampulha (Belo Horizonte), Museu de Arte Moderna Assis Chateaubriand, em Campina Grande (PB).

O nome e a biografia de Alexandre Filho são citados em 21 livros que versam sobre as artes plásticas no Brasil e no mundo, a exemplo do Dicionário de Artes Plástica do Brasil- Roberto Pontual (Ed. Civilização Brasileira), Aspectos da Pintura Primitiva Brasileira, de Flávio de Aquino e Geraldo de Andrade (Ed. Spalla - RJ), Dicionário de Pintura Naifs do Mundo (Anatole Jakvsk – Suíça,)Mito e Magia das Cores - Pintura Neo Primitiva (Napoli/Itália), Dicionário de Artes Plásticas do Brasil (José Roberto Teixeira Leite) e Superstock Fine Art Catalog- da Flórida, Estados Unidos – catálogo com grandes artistas mundiais, onde é o único brasileiro citado.

Nos seus 40 anos de carreira [48 anos de pintura em 2012], Alexandre Filho já recebeu diversas premiações. A primeira foi no XV Salão Nacional de Arte Moderna, em 1966, no Rio de Janeiro. No ano de 1995 recebeu o diploma de Honra ao Mérito do Conselho Estadual de Cultura e foi homenageado com Moção de Aplausos da Assembléia Legislativa da Paraíba.

Em 1966 participou do XV Salão Nacional de Arte Moderna, do Rio de Janeiro, e a partir daí seus quadros passaram a ser difundidos e colecionados em todo o mundo. Segundo o próprio autor, a temática de seus quadros é eclética e universal, apesar de refletir as paisagens e os símbolos ancestrais de sua terra.

Fonte (adaptado de): www.galeriapontes.com.br

BLOG DO ARTISTA ALEXANDRE FILHO: Clique aqui


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Luiz Tananduba


O paraibano Luiz Tananduba consolidou seu nome no cenário brasileiro da arte naïf exatamente por ser um portador nato dessas qualidades. Obstinado, ele aprendeu a pintar sozinho, fazendo dos erros a sua grande escola. O resultado, após mais de trinta anos de atividades, é uma pintura de caligrafia única, onde os motivos rurais, inspirados nas fazendas em que viveu, quando criança, ganham contornos oníricos, em tonsmarcadamente azuis, vermelhos, roxos, verdes e amarelos, com destaque para a flora, com seus tufos de capins e suas árvores de sebes arredondadas, sem igual entre os seus pares.


"Eu acho que a minha sorte foi não saber nada de pintura. Se você não sabe pintar, o segredo é descobrir", afirmou Tananduba, em entrevista exclusiva que concedeu na Galeria Gamela, em João Pessoa, onde participa, atualmente, de uma exposição coletiva de artistas paraibanos. É que, para ele, quando se sabe pintar, naturalmente se é um seguidor de alguém. "Você começa a querer fazer algo que foi feito por aquele que você seguiu, porque qualquer técnica que se aprende de outro é algo passado. Alguém lhe ensinou toda uma base", completou.


Tananduba é filho adotivo de um dos maiores artistas naïfs do Brasil, o também paraibano Alexandre Filho. Mas nem de Alexandre, a quem admira muito como pai e artista, ele quis ser discípulo. Não se nota na pintura de Tananduba um detalhe sequer que faça referência à pintura de Alexandre. "A preocupação de Alexandre com o meu fazer artístico foi de comentar o resultado, ou seja, de dizer apenas se estava bom ou ruim. Ele não me deu orientações técnicas tipo 'tem que usar isto ou aquilo'. Ele chega para mim e diz: 'Olha, isso está muito ruim'. Ou então: 'Isso está muito bom'", explicou.


O acaso fez de Tananduba um artista. Ele nasceu em Caiçara, em 1972, e, dez anos depois, foi morar com Alexandre, em Guarabira, no Brejo Paraibano. Impedido de estudar por um problema de saúde, foi aconselhado, pela professora, a ficar desenhando, até se recuperar. Ele gostava muito de observar os desenhos feitos a giz de raiz de mandioca nas paredes das casas de taipa, e começou a criar formas idênticas, além de recriar o que via na televisão, sobre papel. "Eu achava interessante, porque Alexandre me deixava muito livre. Ele dizia: 'Pinte o que você quiser; faça o que você quiser', relembrou.


A sorte bateu à porta da casa de Tananduba pelos dedos do pintor Hermano José, mestre de várias gerações de artistas paraibanos, que ali chegou, nos idos de 1985, acompanhado de Raimundo Nonato (já falecido), à época diretor geral de Cultura da Prefeitura de João Pessoa. "Alexandre me pediu para mostrar os desenhos para ele. Hermano ficou louco e comprou logo dez trabalhos. Aí Raimundo Nonato disse: 'Hermano é muito difícil, para ele comprar um trabalho de alguém é coisa complicada. Se ele comprou dez é porque o trabalho é muito bom'", contou.


A compra de Hermano foi um marco simbólico na vida de Tananduba. Ele não só foi reconhecido como artista bom por um mestre, como reconheceu a si mesmo como um bom artista. Em 1991, por sugestão de Alexandre, inscreveu três trabalhos no Salão Municipal de Artes Plásticas (Samap), sagrando-se vencedor, por unanimidade do júri formado por Raul Córdula, Heitor Reis, Gabriel Bechara Filho e Chico Liberato, do Prêmio Artista Promissor Paraibano. Ainda assinava como Luiz Antônio, mas inscreveu os trabalhos como Luiz Tananduba, por considerá-lo mais expressivo.


Na direção certa


De lá para cá, Tananduba já participou de 45 exposições coletivas. Individuais ele ainda não fez porque, até acha chato dizer, vende todos os trabalhos tão logo eles ficam prontos. "Todo artista vende - esclareceu ele -, só que eu sou lento, eu não pinto rápido, por isso que o meu trabalho atingiu um certo nível, porque eu não sou muito de pintar rápido. Mesmo quando eu preciso pintar rápido eu faço um trabalho, se for pequeno, em dez dias. Eu faço cinco seis telas e vendo, e aí eu começo a fazer tudo de novo, cinco seis telas novamente e, quando chega em dez, chega uma pessoa aqui na galeria e compra todos".


Atualmente, Tananduba tem trabalhos em exposição na Galeria Pontes, em São Paulo. Tudo começou com um convite para participar da exposição coletiva de inauguração da Pontes, intitulada Olhar Ensolarado, realizada no final de 2008. Ele enviou seis trabalhos e vendeu todos. O acervo da mostra rendeu o livro Arte Popular Brasileira (Décor), com seis páginas dedicadas ao artista paraibano. Em julho passado, a Pontes fez nova coletiva, com o título Roupa de Domingo, e Tananduba foi o único paraibano a participar da mostra, que também será documentada em livro, com lançamento previsto para 2011.





Em 2007, Tananduba participou, como convidado especial, da Bienal Naïfs do Brasil, em Piracicaba (SP), figurando em uma sala especial. Este ano, ficou com o Prêmio Aquisitivo da Bienal de Pequenos Formatos do Sesc, em João Pessoa, concorrendo com 130 artistas. "Foi muito bom porque, geralmente, eu não participo de Salão, porque minha produção é pouca, mas como era de pequeno formato, deu para produzir em três ou quatro dias. O prêmio é um incentivo, mostra que o que você pensa sobre o seu trabalho está correto. Só vivo de arte. E vendo muito, porque pinto pouco", brincou.

 

Fonte: www.jornalonorte.com.br

Fonte das imagens do blog do artista: luiztananduba.blogspot.com

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Anabea (Ana Beatriz Cerisara)


Anabea [Ana Beatriz Cerisara]

Nasceu em Santo Ângelo (RS) e é radicada em Florianópolis desde 1979.

Para Anabea, o estilo naïf oferece um mundo sem limites para a criação artística, no qual as cores intensas e temas singelos do dia-a-dia de uma pequena cidade, ingênuos e até infantis, roubam a cena.

A despreocupação em encaixar-se numa escola ou estilo e seguir técnicas como a perspectiva permitem um mundo de possibilidades. Junta-se a isso uma das tradições mais antigas do artesanato brasileiro, conhecida ou praticada por qualquer mulher com algum fiozinho de cabelo branco na cabeça: o bordado. Para muitos, uma tradição perdida no corre-corre da competitiva vida moderna.

A delicadeza do trabalho da artista retrata cenas do cotidiano da Ilha de Santa Catarina e personagens da religiosidade brasileira, entre outros temas.


Tecendo a vida

“Bordar, na nossa sociedade, virou coisa para mulherzinha que fica em casa”, observa Anabea. “Com este estilo de vida, abandonamos algumas práticas importantes passadas de geração para geração e a nossa ancestralidade”, complementa.

Professora aposentada da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde atuava junto ao curso de Pedagogia, na área de educação infantil, e doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), Anabea jamais teve contato com a produção artística até o primeiro encontro do grupo de bordadeiras “Respigar”, formado em 2002 na Barra da Lagoa (leste da Ilha de Santa Catarina). O diagnóstico de um câncer, dois anos antes, foi o alerta de que deveria frear o estressante estilo de vida acadêmico que levava. “Vi que, com aquela pressão por resultados e produção, não iria agüentar por muito tempo”, lembra Anabea.

Cinco anos e 52 telas depois, a artista está mais realizada do que nunca com o caminho que sua vida tomou. “Bordar é resgatar o nosso feminino, o nosso sagrado, é tecer a vida. Bordar é uma prática curativa”, explica Anabea, 50 anos.

O exercício em grupo continua sendo fundamental na vida da artista. Às quartas-feiras, ela reúne-se com um grupo conhecido como "Roda de Bordado do Campeche", onde Anabea mora e mantém seu ateliê. Algumas destas mulheres ainda são da época do “Respigar”.

A artista também é voluntária no Centro de Apoio aos Pacientes com Câncer (CAPC), onde coordena um grupo de pessoas que utiliza o bordado para exercitar o auto-conhecimento. Outra atividade em sua agenda é o curso de formação no método Pathwork, baseado na metodologia do equilíbrio entre corpo, espírito e mente, idealizado pela austríaca Eva Pierrakos (1915-1979).

Paciência, intuição, criatividade, sensibilidade e perseverança são treinamentos constantes enquanto a artista pinta suas telas com linhas e agulhas. Por ali vão sendo traçados paisagens e cenários e personagens vão ganhando vida e movimentos próprios – cada tela pode levar até um mês para ficar pronto. As mulheres que bordam trocam idéias, contam histórias, revelam segredos, tornam-se amigas e confidentes. “Em grupo, existe a camaradagem. É como se fosse a gasolina de um carro”, Anabea compara, enquanto alinhava o detalhe de um barquinho no mar.


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Amélia Gil

Amélia Teixeira A. Gil

Residente em Piracicaba, trabalhou com pintura em porcelana e diversos materiais. A artista já participou de várias exposições, como "Com tinta e pincel", além da "Bienal Naifs do Brasil".

Com a obra "Festa do Divino e Candomblé" conquistou uma medalha ouro na categoria Naifs Primitivo na XXI Mostra Almeida Júnior e, na sua XIV edição conquistou uma medalha de bronze com a obra "Congada".

Fonte: www.camarapiracicaba.sp.gov.br
"O Batizado"
Obra selecianda pela Bienal Naifs do Brasil 2010: http://www.mostrasescdeartes.com.br/naifs2010/

terça-feira, 22 de maio de 2012

Rodrigues Lessa


Nascido em Tupã, Estado de São Paulo, em 6 de abril de 1972 registrado como Adilson Rodrigues Coelho, no entanto, assina seus quadros apenas como Rodrigues Lessa.

Duas grandes viagens foram decisivas para o seu desenvolvimento de trabalho: o período que passou em Cuba, fazendo um curso de Teatro, pelo período de um mês no final dos anos 1990, e a excursão ao Estado da Bahia, com destaque à cidade de Ilhéus, que foi como um chamamento para que ele iniciasse sua pintura. No entanto, o fato dele ter fixado residência em Avaré-SP, aos 21 anos, para trabalhar como fotógrafo, acabou-se colocando em contato com as artes. Passou a integrar um grupo de Teatro, o GATA – Grupo Avareense de Teatro Amador, e se sentiu despertado para o mundo artístico, de um modo geral.

Depois que conheceu a Bahia, impressionado pelas cenas e cores que viu, começou a pintar sem nenhuma pretensão, apenas por uma vontade que não conseguia dominar. Neste momento, teve o incentivo de um amigo e Diretor de Teatro, Antonio Marcos de Campos, que mais tarde foi nomeado Secretário da Cultura de Avaré. Já no início do ano 2000, seus trabalhos foram apreciados pela artista plástica e restauradora, Nilva Leda Calixto, responsável pela recuperação artística do Teatro Municipal de São Paulo e restauradora oficial do acervo do Mosteiro de São Bento, também de São Paulo. A partir do entusiasmo dessa artista pela sua pintura, passou a trabalhar compulsivamente.

Seus maiores incentivadores foram, portanto, o Antonio Marcos de Campos, Diretor de Teatro e Artista Plástico, e a Nilva Leda Calixto, Artista Plástica e Restauradora. Nilva, além de suas atividades no restauro, está pintando e decorando a Igreja de Águas de Santa Bárbara-SP, onde reside.

Procurou, desde o início, a linha que acreditava ser o primitivismo. Jamais fez um curso de pintura, nem tomou-se aulas com quem quer que fosse. Hoje, as pessoas experientes classificam seu trabalho de Naïf, que seria, na verdade, um primitivo mais elaborado, mais pensado ou requintado.

Kardecista, Lessa acredita que este estado de espírito interfere, sim, na sua obra. Seu figurativismo, embora retrate pessoas simples, gente do povo, acaba sendo, na verdade, entidades etéreas, anjos e santos, no melhor sentido da palavra. Esse figurativismo esbarra sempre no limite do sagrado, do sacro, melhor dizendo.

O ser humano é o seu maior interesse. Assim, os trabalhadores, os lavradores, as lavadeiras, são constantes em suas telas. Dificilmente um trabalho seu não traz uma figura humana.

Começou com temas mais densos, dramáticos, religiosos até. Depois, passou pela fase do CACAU, sua preferida, e do URUCUM.
 
 

Exposições realizadas:

· Teatro Municipal de Avaré
· Biblioteca Municipal de Avaré
· Câmara Municipal de Avaré
· Teatro Municipal de Mauá
· Casa Del Fina Cuba
· Projeto 1º de Maio com Arte
· Avaré “Ontem e Hoje” realizada no Paço Municipal
· Caixa Federal
· Mapa Cultural Paulista 2001/2002
· Mapa Cultural Paulista 2003/2004
· Café Emporium
· Exposição de carnaval em Osasco
· Bienal de Arte Naïf de Piracicaba
· Obras no museu de Assis
· Obras no museu de MIAN do Rio de Janeiro.
· Bilhete Federal, extração n°4.253-6 Série São João/2008.
· Obras com colecionadores na Suíça e Estados Unidos.
. Catálogo " Naïf de Mala e Cuia" 2008
. Exposição " Meio Ambiente em Arte de Macaé" 2009
. Exposição "Banco do Brasil" 2009





I was born in Tupã, State of São Paulo, on April 6th 1972.

I was registered with the name of Adilson Rodrigues Coelho. However, I only sign my pictures as Rodrigues Lessa.

When I visited Bahia, I was impressed to the scenes and colors I saw. I started to paint without any pretension, like a will I couldn’t dominate. At that moment, I got an incentive from a friend and Theater Director, Antonio Marcos de Campos, who later was nominated as the Culture Secretary of Avaré. No longer beginning of year 2000, my would have been appreciated by the artist and restoring, Nilva Leda Calixto, responsible for the artistic recovery of Teatro Municipal de São Paulo (não traduza) and official restorative of the patrimony of the Monastery of Sao Bento - São Paulo. From the enthusiasm of this artist for my painting, I started to work compulsively.

I am a professional photographer, linked to BONANSSA’s group, where I have working since that I fixed in Avaré.

My biggest incentives came from Antonio Marcos de Campos, theatre director, and Nilva Leda Calixto, Plastic and Restoring Artist.

Since the beginning I’ve been following a style that I believe to be the primitivism. I’ve never done a painting course, not even took lessons with whoever.

I started with dense, dramatic, religious subjects.

Later, I passed for the CACAO’s phase, my preferred phase, and URUCUM’S. I’ve tried the abstract expressionism, phase on which I still believe to be. However, the Naïf figurativism is my strength, I think.


PLACES WHERE I EXHIBITED:

- Teatro Municipal de Avaré

- Biblioteca Municipal de Avaré

- Câmara Municipal de Avaré

- Teatro Municipal de Mauá

- Casa Del Fina Cuba

- Projeto 1º de Maio com Arte

- Avaré “Ontem e Hoje” realizada no Paço Municipal

- Caixa Federal

- Mapa Cultural Paulista 2001/2002

- Mapa Cultural Paulista 2003/2004

- Café Emporium

- Exposição de carnaval em Osasco

- Bienal de Arte Naïf de Piracicaba

- Obra no museu de Assis

- Obras no museu MIAN (Rio de Janeiro)
- Catálogo " Naif de Mala e Cuia" 2008